Um jogo é definido como uma atividade em que exista um jogador e regras. E, em sala de aula, por muito tempo foi visto como um passatempo, como uma “enrolação”. Superando essa visão tradicional, propõem-se o jogo como um instrumento de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades matemáticas. Segundo Smole a,
[...] a dimensão
lúdica envolve desafio, surpresa, possibilidade de fazer de novo de querer
superar obstáculos iniciais. Esse aspecto lúdico faz do jogo um contexto
natural para o surgimento de situações-problema cuja superação exige do jogador
alguma aprendizagem e certo esforço na busca por sua solução (p. 12).
Nesse
sentido, a autora afirma que o jogo permite o desenvolvimento da autonomia, da
autoconfiança, e reduz consequência de erros, permitindo a avaliação das
estratégias. Afirma também que é através da interação com outros pares que a
criança descentraliza-se, aprende a olhar o que está ao seu redor.
Pensando
no desenvolvimento do raciocínio, Smole afirma que, sem a interação social, a
lógica de uma pessoa não se desenvolveria plenamente, porque são nas situações
interpessoais que ela se sente obrigada a ser coerente, é em grupo que sentirá
a necessidade de pensar naquilo que dirá, que fará, para que possa ser
compreendida. Ao sistematizar sua ideia, a autora conclui que “o jogo é uma das
formas mais adequadas para que a socialização ocorra e permita aprendizagens”.
(Smole a, p. 13).
Para
Kamii (apud Alves, 2010), os jogos também podem ser interessantes dentro da
sala de aula, uma vez que são prazerosos no cotidiano dos alunos. Segundo a
autora, “os jogos em grupos usados em sala de aula, devem ser incentivados não
pelo simples fato de ensinar as crianças a jogar, mas sim porque promovem a
habilidade de coordenar pontos de vista”. A autora fundamenta-se em Piaget, pesquisador suíço que investigou como se dá o
desenvolvimento da inteligência pelos seres humanos, e acredita que os jogos
fornecem elementos que devem ser colocados em sala de aula, pois são
interessantes e encorajam as crianças a trocar ideias com seus colegas. Segundo
Piaget, as crianças de 3 a 6 anos estão no período pré-operatório, e possuem
algumas características de pensamento como a irreversibilidade (faz julgamentos
perceptuais); a centralização (só se concentra em uma relação, em uma
característica); o realismo intelectual, onde a fantasia e a realidade coexistem
e o egocentrismo, em que a criança se centra no seu eu. O conhecimento,
para este autor, é construído pelas interações que a criança faz com o mundo, e
é justamente neste aspecto que os jogos desempenham o importante papel de ampliar
as relações entre as crianças e seus pares. A inteligência é resultado das
características biológicas, das transmissões sociais e do conhecimento
adquirido através das experiências físicas e sociais. Assim, Kamii e De Vries
(1991), ainda baseadas em Piaget, preferem os jogos grupais e sugerem alguns
critérios de escolha das atividades lúdicas em que o jogo deve ser desafiador,
propiciar a auto avaliação e permitir participação de todos.
Machado
(apud Alves, 2010), afirma que essas atividades proporcionam o gosto e o prazer
pelo estudo, são atividades motivadoras que conduzem à investigação de novas
técnicas. Para o autor, essas atividades fornecem ao aluno a oportunidade de se
tornar sujeito ativo e participante do processo de aprendizagem. O autor esclarece
essa defesa quando explicita que o
[...] jogo pode ser um elemento fundamental para
a ultrapassagem de uma concepção matemática que condena seu ensino a uma
organização rigidamente linear, como se todo conteúdo tivesse que ser
estruturado e apresentado de modo fragmentado, passo a passo. (Machado apud
Alves, 2010, p. 27).
Os
jogos também são importantes para mostrar que o ganhar e o perder fazem parte
da vida e que é necessário seguir regras, desenvolver estratégias cada vez mais
elaboradas. Solucionar problemas e desafios será também usado na vida. Apesar
de todo jogo desenvolver habilidades e possuir regras, o que diferencia o jogo
pedagógico do lúdico é a finalidade educativa, o trabalho com conteúdos.
Qualquer jogo poderá ser pedagógico se o professor apresentar desenvolvimento
de conteúdo e pela sua interação. Mas é preciso um equilíbrio entre o lúdico e
o educacional, pois se não houver o lúdico não será jogo, e se só houver o
educativo será apenas material didático.
O
jogo é excelente para trabalhar qualquer tipo de conteúdo, pois crianças e até
adultos participam por inteiro da atividade. Repensam suas ações e seguem uma
regra que deve ser executada por todos. No jogo, há quatro etapas para o
processo do conhecimento, da aprendizagem:
- exploração das matérias e aprendizagem das regras;
-
prática do jogo e construção de estratégias;
-resolução
de situações-problemas;
-
análise das implicações do jogo.
Referências :
ALVES,
E. M. S. A ludicidade e o ensino de matemática. 6.ed. Campinas: Papirus
editora, 2010.
SMOLE,
K. S.; DINIZ, M. I.; CÂNDIDO, P. Cadernos do Mathema- jogos de matemática de 1°
ao 5° ano. Porto Alegre: Artmed, [?]a
SMOLE,
K. S.; DINIZ, M. I.; CÂNDIDO, P. Brincadeiras
Infantis nas aulas de matemática- matemática de 0a 6. Vol 1.Porto Alegre:
Artmed, 2000b
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